Apresentação de Fan Page

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É bem estranho fazer uma página profissional no facebook.

Eu sempre curti ter um espaço na internet. Em 1996, nos primórdios da rede, resolvi montar uma home page. Passei algumas madrugadas estudando programação em HTML, a linguagem da época. Achei, num site português, a simpática expressão “Morada Virtual”. E assim coloquei no ar a Morada Virtual de Luiz Cancello. Nessa época nem mesmo o Orkut existia.
Fui deixando na morada os textos que eu produzia e as músicas que eu compunha e executava. Os amigos entravam e me davam feed back, e tudo foi seguindo naturalmente, sem grandes pretensões.
Muito depois vieram as redes sociais e o facebook, ampliando muito o alcance do que se escrevia ou tocava. Logo aderi à moda e reencontrei amigos, antigos alunos e alunas, acompanhei o crescimento dos filhos deles, mantive amizades que fiz em outros países. Sem dúvida é um enriquecimento das relações humanas. Há quem pense diferente, é claro.

Desde a década de 80 escrevi seis livros. Um deles, O Fio das Palavras, alçou voo próprio e já teve seis edições. Os outros ficaram mais ou menos restritos ao círculo de amigos e, talvez, aos amigos de amigos.
Resolvi fazer uma tentativa de ampliar o alcance dos meus textos, tanto os publicados em livro como os que estão na página pessoal. Logo me informaram que eu teria de migrar da linguagem HTML para outra mais moderna. Os celulares, por exemplo, não reproduzem bem as telas antigas. Aconselharam-me uma plataforma com templates, chamada WordPress. Lá fui eu de novo, agora muito mais velho, aprender novidades. Não foi muito difícil. Em um mês fiz a migração da página.
Mas, para ampliar mesmo o círculo de leitores, muito além dos amigos dos amigos, é preciso um bocado de conhecimento do funcionamento das redes. Para isso busquei ajuda de um consultor, que me aconselhou a fazer a página profissional no facebook. Conversamos por Skype, pois ele mora longe. Boa gente, informal, tudo num clima ótimo.

Aqui começam as dificuldades.
Meus livros passaram a ser um produto a ser vendido, mas nunca pensei neles com essa palavra, “produto”, como se fosse qualquer outra coisa, lingerie ou batatas. Toda a linguagem da ampliação de audiência digamos, é de cunho empresarial e com termos em Inglês. Eu, um septuagenário meio nacionalista, com tendências políticas à esquerda, completamente fora do mundo corporativo, estou tendo de me acostumar a todo um vocabulário imposto pelo colonialismo cultural. Qualquer dia vão me convidar para expor meu “case” num “workshop”. Um Rivotril, por favor.

Tenho de acabar com essas implicâncias, é claro, se quiser aprender o “management” desta minha nova “fanpage”. Prometo que vou tentar. Espero que meus antigos companheiros não me abandonem. Juro que não estou convertido à religião dos srs. Bill Gates e Mark Zuckerberg (em Português, Guilherme Portões e Marco Monte de Açúcar). Só um pouquinho, o suficiente para ver se alargo o alcance dos meus textos, mas nesse ponto talvez já esteja definitivamente perdido. Não sei se terei salvação. O tempo dirá.

Clique aqui e visite a minha fan page!


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