Luiz A. G. Cancello
Há um palco ao meu redor.
O público está na frente.
Os músicos à minha volta.
E a contagem, de repente.
Preciso dar o recado.
Silêncio; há gente esperando.
Um, dois, três, quatro.
Era o meu solo… mas quando?
Pânico. Fugiu a frase.
Vacilo; quase desmaio.
A nota fica no quase.
E tudo tão certo, no ensaio!
O espetáculo pára no meio.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Procuro minha mãe; ela não veio.